O ser humano, em sua passagem pela face da Terra, empreende diversas buscas para alcançar a plenitude. Nenhuma, porém, é mais importante ou mais árdua que a busca por afeto. O homem quer, ao fim e ao cabo, ser querido, amado, acalentado, acarinhado, aceito. É uma empreitada não raro inglória. Nesse sentido, a questão da maternidade, mas não só ela, aparece como a tradução máxima dessa busca e do seu contrário, o encontro.

“A mãe e o filho da mãe” contém histórias que narram essa busca por afeto — se não a abordam explicitamente, ao menos a tangenciam e, muitas vezes, deixam claro que é a ausência desse afeto que provoca os desvios e os desatinos que vivemos e testemunhamos diariamente.

Da mesma forma que no primeiro livro de contos, A (extra)ordinária vida real, o autor permanece fiel ao tema que abraçou: a vida, no que ela tem de mais comezinho, ridículo, patético, sublime, extraordinário.